A mão de obra na execução de empreendimentos representa, em média, 40% do total de uma obra.
Como existem parâmetros mínimos garantidos por legislação para o custo unitário da mão de obra, seja ela mensalista ou horista, a única saída é aumentar a produtividade.
Muitos estudos já foram feitos para aferir os índices de produtividade na execução dos serviços e a maneira de se construir também estão sempre se modificando com o uso de novas tecnologias.
Uma importante ferramenta é a comunicação, a troca de informações, principalmente com outros países que culturalmente possuem formas diferentes de trabalho.
Tabelas de Composição de Preços, como a TCPO, Sinapi, Siurb, etc possuem indicadores com parâmetros médios de cada atividade e serviço, mas a personalização na hora de se elaborar um orçamento deve ser levada em conta, pois existem muitas variáveis específicas envolvidas na execução de uma obra.
Os valores de produtividade mudam também com a composição da equipe indireta e também na composição de equipes de mão de obra direta, como oficiais, ajuantes e apoio. O dimensionamento correto da equipe evita sobrecarga ou desperdícios, como ociosidade nas frentes de trabalho.
Nesse ponto, a medição e o controle da execução dentro das empresas é de suma importância, pois aumenta a margem de lucro e cria um registro que pode servir de base para novos orçamentos. Mas, para que haja êxito na implantação do controle de medição, é necessário o engajamento dos envolvidos diretamente na execução, como encarregados, mestre de obras, sem contudo desviar do objetivo principal e estabelecendo metas para melhorias na produtividade.
Existe também a importância de se criar critérios para medição, para que os dados coletados sejam confiáveis.
Com a industrialização dos canteiros, grandes fornecedores possuem índices confiáveis para cada tipo de empreendimento, que também podem ser utilizados pelo orçamentista para compor os custos das obras. Porém, sempre deve-se levar em conta que são parâmetros gerais e para a utilização deve-se levar em conta as características particulares de cada empreendimento.
Treinamento é outro fator importante para a padronização e consequente otimização da produtividade e melhoria dos custos. A falta de treinamento pode compremeter a qualidade e demandar retrabalhos.
Erro comum é achar que a industrialização de canteiros e a melhoria da produtividade reduz a oferta de empregos. Ao contrário, com o aumento da produtividade as empresas conseguem melhorar o fluxo de caixa para criar novos investimentos e consequentemente, ofertar novos postos de trabalho.
O déficit educacional também é um fator importante a ser pensado em esferas mais altas de gestão pública. A mão de obra qualificada gera mais produtividade e acaba agregando mais valor a soluções desenvolvidas ou em desenvolvimento.
Além do controle da produção, a oferta de novos materiais no mercado, propostas de modulação de projetos, especializações dos serviços, gerenciamento de projetos e uso de novas tecnologias de equipamentos agregam valor na margem de produtividade.
A organização do canteiro de obras também é um fator importante. Material estocado no lugar errado gera desperdício, falta de coordenação na logística dos materiais colaboram com a improdutividade.
Enfim, a melhora da cadeia produtiva é uma via de mão dupla, mas o maior impacto é de cima para baixo, quando existe a conscientização de que a implementação de métodos de trabalho trazem melhoria de condições e consequentemete geram maiores margens de lucro para as empresas, evitando assim os malabarismos financeiros já sobrecarregados com a pesadíssima carga tributária do país.
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