sábado, 31 de maio de 2025

Critérios de Medição

Os critérios de mediação em obras referem-se às regras utilizadas para medir e quantificar os serviços de construção civil, com o objetivo de garantir a precisão e a justiça nos pagamentos por esses serviços.

Estes critérios são essenciais para definir a base de cálculo dos preços de insumos e serviços e seguem, no geral, diretrizes da tabela SINAPI.


Pontos chave dos critérios de mediação SINAPI:

Área Líquida:
A área total de um serviço, descontando as áreas ocupadas por vãos (portas, janelas).

Vãos:
Portas e janelas, que devem ser descontados da área líquida para obter a área de medição.

Tipo de Material:
Para serviços de alvenaria, a medição pode variar dependendo do tipo de bloco (cerâmica ou concreto) e das dimensões.

Área de Referência:
Para paredes de alvenaria, a medição pode ser feita por área líquida (total descontando vãos) ou por metro linear, dependendo do tipo de serviço.

Preparação da Argamassa:
A medição pode ser diferente se a argamassa for preparada mecanicamente ou manualmente.

Exemplos de aplicação:
Para a medição de paredes de alvenaria, a área líquida deve ser calculada, descontando as áreas dos vãos.

Para a medição de pisos, a área total do piso deve ser considerada.

Para a medição de serviços de pintura, a área a ser pintada deve ser calculada.

Os critérios de medição são específicos para cada serviço e devem ser consultados nas composições de custos do SINAPI para garantir a correta medição e pagamento.

sábado, 24 de maio de 2025

Custos de construção x Inflação

Numa realidade inflacionária, que resulta em um desaquecimento da construção civil, na perda do poder de compra e com juros altos que não motivam os investidores a empreender, a inflação tem um impacto direto nos custos de materiais e mão-de-obra, alterando ao longo do tempo o planejamento dos empreendimentos.

Em algumas situações, como na necessidade de reajustes de contratos e pleitos de reequilíbrio econômico-financeiro, o mercado demanda levantamentos e estudos, utilizando-se entre muitas ferramentas, índices de variação, que têm como base a inflação, mas que de alguma forma estão atrelados aos custos de costrução. Na maioria da vezes o melhor caminho é a negociação, mas a  legislação dá suporte para que o equilíbrio dos contratos seja garantido.

Exceto nos primeiros anos do Real, quando a evolução de preços de materiais ficou abaixo dos aumentos da inflação e que segurou a alta de preços do setor na época, o Brasil tem em seu histórico grandes variações de preço com a progressão da inflação. Portanto, a importância de parâmetros e índices que acompanham a inflação são muito utilizados no setor, para que haja um equilíbrio das contas.

Reajustes contratuais demonstram, na maioria das vezes, períodos turbulentos da economia, atualmente não só no nosso país, mas também em todos os que de alguma forma fazem parte das transações econômicas em mercados cada vez mais globalizados.

As expectativas e especulações econômicas, frente às tarifas impostas por mercados externos e novas legislações no mercado interno, contribuem com a alta de preços, encarecendo matérias-primas e elevando os preços dos produtos finais e consequentemente elevando os custos das obras.

Os indicadores setoriais demonstram também os custos de mão de obra, que sensivelmente também respondem às variações de demanda no setor.

Principais índices utilizados na construção civil:

INCC (Índice Nacional dos Custos de Construção): medem a variação dos custos de materiais, mão de obra e equipamentos específicos do setor

IPCA: acompanha a inflação geral da economia, influenciando os custos indiretos

IGP-M: muito usado em reajustes de contratos e financiamentos.

Portanto, em períodos inflacionários, os custos de construção devem sempre acompanhar a realidade, principalmente com a utilização de índices que orientam a tomada de decisões, oferencendo uma visão das tendências de preço, realinhando contratos e permitindo ações estratégicas que possam nortear empreendedores e investidores que atuam na área.




segunda-feira, 19 de maio de 2025

Projeções de riscos

O resultado econômico na conclusão de uma obra deve-se, em grande parte, a um orçamento que serviu como base de referência na tomada de decisão de investimento do empreendimento.

Conhecer o fluxo de recebimentos e desembolsos diminui a possibilidade de riscos, mas para se chegar a esse grau de segurança, é necessária a elaboração de um orçamento que garanta a confiança necessária, diminuindo incertezas.

Para tanto, deve-se evitar a elaboração de custos com bases muito otimistas, principalmente em períodos de alta inflação e recessão, como o que estamos vivendo atualmente.

Orçamentos mais detalhados são necessários não apenas em empreendimentos sem custos paramétricos, mas também em modelos já conhecidos, mas que estão inseridos em condições (econômicas, políticas e geográficas, por exemplo) mais adversas. 

Alguns cuidados podem ser necessários, tais como:

- não omitir despesas, mesmo as que não participam da curva A e aparentemente possuem menor impacto;
- utilizar margens de segurança mais conservadoras;
- ter domínio da garantia dos preços propostos;
- utilizar critérios menos otimistas quando as condições financeiras assim o exigirem.


Porém, mesmo em cenários desfavoráveis, alguns critérios de orçamentação não sofrem variação e não podem ser levados em conta, sob o risco de perda financeira ou perda de competitividade, como no caso de uma licitação.

O principal critério é o de incluir apenas os gasto com produção em ambientes favoráveis, isto é, não podemos considerar ou prever condições meteorológicas historicamente fora da normalidade, greves ou desmotivações das equipes, uso de equipamentos avariados ou falta de fiscalização preventiva.

Porém, imprevistos podem ocorrer e, para tanto, pode-se provisionar uma pequena contingência em casos de riscos imprevisíveis de execução.

Despesas financeiras, comerciais e tributárias também devem ser consideradas, para que não haja surpresas, garantindo:

- A disponibilidade de capital

A existência de recursos garante a velocidade e a fluidez da execução, permitindo que o planejamento de suprimentos seja eficiente.

- Atendimento a todas as obrigações tributárias

O correto cumprimento da legislação evita sanções que podem prejudicar não apenas o negócio, mas a imagem e a reputação da empresa.


- Sintonia entre o mercado, o cliente e o construtor

Melhora a relação entre as partes, aumenta a satisfação, confiança e fidelização dos clientes




quarta-feira, 14 de maio de 2025

A qualidade das construções em foco nos orçamentos

Caro leitor, 

É lugar comum em qualquer área a ideia de que orçamento baixo é sinal de má qualidade.

Na grande maioria das vezes esse critério pode ser sim verdade, mas um orçamento feito com respaldo técnico garante a vantagem competitiva sem usar artifícios que comprometam a qualidade do produto final. 

A isto muitas vezes nos referimos como reengenharia, ou seja, um conjunto de soluções sob medida ao projeto que está sendo estudado, garantindo a qualidade e a competitividade, mantendo um nível adequado das especificações, garantindo também que estejam dentro das normas.

É certo que a entrega do produto final pode apresentar problemas por má-execução, mas esta é uma questão a ser discutida em outro artigo, pois é um assunto que tem muitas interfaces além da qualidade da mão de obra empregada.

Neste artigo vamos nos limitar à fase de orçamento e planejamento como viabilidade do custo do empreendimento. 

Não que o orçamento se exima da fase da execução. Ao contrário, um bom orçamento deve refletir a realidade futura, dando base para os gestores da obra exercerem seu papel com a maior fluidez possível.

Mas, afinal,como a reengenharia pode ser utilizada na fase de orçamento garantindo a qualidade e reduzindo custos?

Vamos começar entendendo o processo de reengenharia

A reengenharia atua nas seguintes situações:

Redução de custos, podendo identificar desperdícios e otimizar recursos;

Reorganizando os prazos, melhorando a coordenação das atividades e eliminando gargalos;

Garantindo a qualidade do resultado final, atendendo as expectativas de custos e normas;

Adaptando o projeto a mudanças, fazendo ajustes de acordo com novas demandas ou imprevistos.

Então, como é realizada uma reengenharia eficiente?

Analisando em detalhe o projeto:

A análise passa pela revisão dos processos, cronogramas, recursos utilizados e pontos críticos, entendendo onde estão os gargalos e desperdícios.

Identificação de melhorias:

Buscando oportunidades de inovação, como novas tecnologias, métodos construtivos mais eficientes ou a reorganização das equipes que irão compor a execução.

Redesenhando processos:

Os processos pedem uma atenção nos fluxos de trabalho, podendo ser mais enxutos e eficientes, considerando-se as melhorias identificadas.

Implementação de mudanças:

Colocar em prática as novas estratégias, treinando a equipe, se for o caso e ajustando o cronograma se necessário.

Monitoramento contínuo:

A reengenharia não termina na fase de planejamento e orçamento.

É necessário acompanhar os resultado, fazendo ajustes necessários e também buscando melhorias contínuas que possam ser empregadas em novos projetos.

Conclusão

Desta forma, conclui-se que, a qualidade das construções tem grandes chances de ser alcançada se for implementada ainda na fase de orçamentos, a reengenharia, Não somente para alcançar maior competitividade em relação aos concorrentes, mas também trazendo benefícios de economia de tempo e dinheiro durante a execução, melhorando o produto final, garantindo mais confiabilidade e satisfação do cliente e reduzindo retrabalhos e desperdícios.

Essa poderosa ferramenta já é largamente utilizada em processos 'high ticket', tornando as operações mais eficientes, inovadoras e sustentáveis.

Ao revisar e redesenhar métodos, é possível, portanto, não apenas aumentar a competitividade e economizar recursos, mas entregar obras de alta qualidade.

segunda-feira, 5 de maio de 2025

A produtividade na execução de obras

A mão de obra na execução de empreendimentos representa, em média, 40% do total de uma obra.

Como existem parâmetros mínimos garantidos por legislação para o custo unitário da mão de obra, seja ela mensalista ou horista, a única saída é aumentar a produtividade.

Muitos estudos já foram feitos para aferir os índices de produtividade na execução dos serviços e a maneira de se construir também estão sempre se modificando com o uso de novas tecnologias.

Uma importante ferramenta é a comunicação, a troca de informações, principalmente com outros países que culturalmente possuem formas diferentes de trabalho.

Tabelas de Composição de Preços, como a TCPO, Sinapi, Siurb, etc possuem indicadores com parâmetros médios de cada atividade e serviço, mas a personalização na hora de se elaborar um orçamento deve ser levada em conta, pois existem muitas variáveis específicas envolvidas na execução de uma obra.

Os valores de produtividade mudam também com a composição da equipe indireta e também na composição de equipes de mão de obra direta, como oficiais, ajuantes e apoio. O dimensionamento correto da equipe evita sobrecarga ou desperdícios, como ociosidade nas frentes de trabalho.

Nesse ponto, a medição e o controle da execução dentro das empresas é de suma importância, pois aumenta a margem de lucro e cria um registro que pode servir de base para novos orçamentos. Mas, para que haja êxito na implantação do controle de medição, é necessário o engajamento dos envolvidos diretamente na execução, como encarregados, mestre de obras, sem contudo desviar do objetivo principal e estabelecendo metas para melhorias na produtividade.

Existe também a importância de se criar critérios para medição, para que os dados coletados sejam confiáveis.

Com a industrialização dos canteiros, grandes fornecedores possuem índices confiáveis para cada tipo de empreendimento, que também podem ser utilizados pelo orçamentista para compor os custos das obras. Porém, sempre deve-se levar em conta que são parâmetros gerais e para a utilização deve-se levar em conta as características particulares de cada empreendimento.

Treinamento é outro fator importante para a padronização e consequente otimização da produtividade e melhoria dos custos. A falta de treinamento pode compremeter a qualidade e demandar retrabalhos.

Erro comum é achar que a industrialização de canteiros e a melhoria da produtividade reduz a oferta de empregos. Ao contrário, com o aumento da produtividade as empresas conseguem melhorar o fluxo de caixa para criar novos investimentos e consequentemente, ofertar novos postos de trabalho.

O déficit educacional também é um fator importante a ser pensado em esferas mais altas de gestão pública. A mão de obra qualificada gera mais produtividade e acaba agregando mais valor a soluções desenvolvidas ou em desenvolvimento.

Além do controle da produção, a oferta de novos materiais no mercado, propostas de modulação de projetos, especializações dos serviços, gerenciamento de projetos e uso de novas tecnologias de equipamentos agregam valor na margem de produtividade.

A organização do canteiro de obras também é um fator importante. Material estocado no lugar errado gera desperdício, falta de coordenação na logística dos materiais colaboram com a improdutividade.

Enfim, a melhora da cadeia produtiva é uma via de mão dupla, mas o maior impacto é de cima para baixo, quando existe a conscientização de que a implementação de métodos de trabalho trazem melhoria de condições e consequentemete geram maiores margens de lucro para as empresas, evitando assim os malabarismos financeiros já sobrecarregados com a pesadíssima carga tributária do país.

domingo, 4 de maio de 2025

Roteiro para levantamento quantitativo de material elétrico de uma obra

Os sistemas de instalações elétricas de obras, sejam elas residenciais, comerciais ou industriais, compõem parte importante do processo de orçamento e demanda um precioso tempo, que pode ser otimizado, se forem adotas critérios que possibilitem ao orçamentista ser mais produtivo, objetivo e organizado.

Um dos critérios mais importantes é adotar um levantamento que agrupe os grandes grupos de serviços que atendem a demanda de energia elétrica nos empreendimentos.

Com base na experiência já consolidada de trabalhos realizados, segue roteiro prático para levantamento de material e serviços de instalações elétricas:

1 - Entrada e Medição de Energia

A entrada de energia possui um padrão de medição e consiste em uma estrutura por onde entra a energia em baixa tensão para abastecimento do empreendimento.

É nessa estrutura que se encontra o poste, o medidor de energia elétrica, disjuntor ou fusível de proteção geral das instalações internas do empreendimento consumidor, aterramento, entre outros dispositivos.

Todos devem ser detalhados na EAP, conforme projeto executivo.

2 - Eletrodutos e caixas de passagem em lajes e paredes - para telefonia, dados e energia

3 - Eletrodutos e caixas de passagem em prumadas

4 - Fios e cabos em prumadas

5 - Fios e cabos na distribuição dos pavimentos

6 - Painéis e Quadros elétricos

A função principal é controlar a distribuição e proteger os circuitos por meio de dispositivos, garantindo a segurança e eficiência de todo o sistema.

Para levantamento quantitativo, encontramos os quadros e painéis detalhados nos projetos dos diagramas, onde pode-se identificar quantidade de disjuntores, DR, barramentos, cabos

7 - Interruptores e tomadas

8 - Luminárias

O levantamento de quantidade de luminárias deve sempre levar em conta a quantidade indicada no projeto luminotécnico, pela sua disposição nos pontos e respectivas especificações.

9 - SPDA

10 - Cabine primária

11 - Eletrocalhas e perfilados

12 - Dutos de piso

13 - Equipamentos

14- Diversos - acessórios, entre outros